Opinião | Papagoiaba

Registrando prejuízo líquido de R$1,3 bilhão divulgado no balanço financeiro do primeiro trimestre de 2020, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) já deu início aos procedimentos de abafamento do alto-forno 2 (AF-2) na Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, no Sul Fluminense.

Com a paralisação do AF-2 outros setores serão paralisados comprometendo a vida útil de muitos equipamentos que dependem da produção para evitar deterioração de elementos eletrônicos e mecânicos.

A grave crise nas montadoras de veículos, que voltaram a capacidade de produção registrada em 1957, colaborou para o prejuízo contabilizado no primeiro trimestre pela CSN, que possui no importante setor da economia os seus maiores clientes.

Para a direção da empresa, a crise na siderúrgica foi acentuada pelas medidas restritivas adotadas pelos governadores, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo, estados onde muitas fábricas clientes da Usina Presidente Vargas foram fechadas ou tiveram seus setores produtivos paralisados.

Segundo a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, o abafamento do AF-2 provocará mais de duas mil demissões na Usina Presidente Vargas, que poderá não sobreviver aos resultados econômicos catastróficos projetados para os próximos anos no Brasil e no mundo com a pandemia do coronavírus.

As demissões e possível encerramento das atividades na Usina Presidente Vargas afetarão e mudarão o futuro de Volta Redonda - Cidade do Aço criada no entorno da siderúrgica.

ILUSTRAÇÃO/Jeff Castro