Opinião | Papagoiaba

Três anos depois do rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco (Vale e BHP), em Mariana, Minas Gerais, que fez 19 vítimas fatais destruindo todo ecossistema da bacia do Rio Doce, outro rompimento de barragem com rejeitos da mineração, dessa vez na cidade de Brumadinho (MG) e novamente envolvendo a mineradora Vale, provoca grande acidente social e ambiental no Brasil.

Os prejuízos causados pelo primeiro rompimento em Mariana não foram ressarcidos pela Samarco (Vale e BHP); nenhum executivo, membro de diretoria ou até mesmo responsável técnico do consórcio de empresas, foi julgado como autor ou coautor dos dezenove homicídios dolosos, e isso sem citarmos a inexistência de penalidades pelos gravíssimos crimes ambientais.

"A primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local", disse a Vale em nota. Ainda não se sabe se há vítimas fatais.

Neste momento outras cidades localizadas na extensão do Rio Paraopeba estão sendo atingidas pela enxurrada de lama tóxica, que poderá chegar ao Rio São Francisco.

Em Minas Gerais existem 450 barragens de rejeitos da mineração.

Até quando vamos conviver com a impunidade dos poderosos das empresas de mineração, que elegem representantes em todas as casas legislativas e em grande parte dos executivos, federal, estadual e municipal, para defender seus interesses?

É preciso citar a inércia do Judiciário?

VEJAM OS VÍDEOS DO DESASTRE QUE ESTÃO SENDO DIVULGADOS PELOS MORADORES E TRABALHADORES DE BRUMADINHO