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Brasileiro sem quaisquer direitos morre nas masmorras de Brasília
Com parecer favorável à liberdade elaborado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e não analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o preso Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu, subitamente, na manhã desta segunda-feira, 20, na carceragem da Penitenciária da Papuda, em Brasília, no Distrito Federal.
FOTO/CAPA/reprodução - Cleriston Pereira da Cunha, um brasileiro sem quaisquer dfireitos
Acusado de participação nos “atos golpistas de 8 de janeiro”, que deixaram de ser tratados pela grande mídia e também por ministros do Judiciário e do Executivo como “atos terroristas” por causa do vexame desnudado com a inevitável comparação aos verdadeiros atos terroristas em Israel, praticado pelos membros do Hamas, grupo terrorista apoiado por grande parte dos filiados e parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT), Cleriston Pereira da Cunha, segundo seus advogados, que enfrentaram inúmeras dificuldades apenas para saber quais eram as acusações contra seu representado, não participou dos atos e entrou no Congresso para se proteger das bombas de gás lançadas pelos policiais.
Equipes dos bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas para socorrer Cleriston Pereira da Cunha, que passou por procedimento de reanimação cardiorrespiratória, mas não reagiu.
A morte foi comunicada pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que o acusado respondia.
Moraes determinou que a direção do presídio preste informações sobre o caso. "Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu Cleriston Pereira da Cunha oficie-se, com urgência, à direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia", decidiu Moraes.
Defesa "amarrada"
Em petição encaminhada ao ministro no dia 7 de novembro, a defesa de Cleriston pediu a Moraes a soltura do acusado. Segundo o advogado Bruno Azevedo de Sousa, Cleriston tinha parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ser solto, mas o pedido não foi julgado.
"A defesa reitera todos os argumentos apresentados nas alegações finais, e reitera para que sejam analisados os mais de oito pedidos de liberdade do acusado, que até o presente momento, parecem ter sido simplesmente esquecidos por esta respeitosa Corte", afirmou o defensor.
E assim foi cumprido o “destino” do brasileiro nas masmorras do Distrito Federal.
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