Opinião | Papagoiaba
Eduardo Paes confia na memória seletiva do país
Tomado por profundo sentimento “cívico” de arrependimento, o bandido do “colarinho branco” Leandro Azevedo, delator da “lava-jato” e ex-diretor da Odebrecht, revelou, que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) se equivocou na denúncia contra o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), eleito novamente prefeito da “Cidade Maravilhosa” no dia 15 de novembro.
Autor da “ciclovia da morte”, que custou R$ 45 milhões e foi interditada há 4 anos deixando tristes lembranças sobre duas mortes na paisagem da orla carioca, do Leme ao Pontal, Eduardo Paes é, segundo o bandido do “colarinho branco” Leandro Azevedo, um “injustiçado” que recebeu R$ 10,8 milhões da Odebrecht sem qualquer promessa de beneficiar a gigante brasileira da corrupção. Para o diretor delator, o “incentivo” não possui qualquer semelhança com pagamento ilícito qualificado como propina.
Denunciado por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral, o Ministério Público acusou o ex-prefeito de ter recebido em 2012, a quantia de R$ 10,8 milhões em valores ilícitos. Na acusação do MPRJ, Paes teria se comprometido a beneficiar a Odebrecht ao longo de sua gestão, porém, como a grande mídia apoia o retorno do político como prefeito do Rio, pelo menos por enquanto o caso permanecerá em alguma gaveta empoeirada do poder.
O encontro entre Paes e Pedro Paulo na badalada vinícola Sugarloaf Mountain Vineyard foi registrado por um turista brasileiro - FOTO/reprodução
Vivendo 4 anos divididos entre Nova Iorque e Washington, nos EUA, o refinado prefeito carioca, crítico da “pobreza” na cidade de Maricá, na Região dos Lagos, recebeu, no feriadão de 7 de setembro de 2017, a visita do também investigado por corrupção, deputado federal Pedro Paulo (DEM), para uma finíssima degustação na vinícola Sugarloaf Mountain Vineyard. Paes atuou como consultor e palestrante nos EUA, onde os filhos estudaram no badalado Avenue, o sexto colégio mais caro do mundo, cujas mensalidades ultrapassam os R$ 10 mil.
Em setembro a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por três votos a dois, manter a investigação aberta sobre o agora prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB) a partir das delações premiadas de executivos da Odebrecht.
Em nota, o MPRJ disse que "a denúncia oferecida à Justiça reproduz o depoimento do colaborador, segundo o qual o apoio à campanha teria facilitado o acesso direto da Odebrecht ao então prefeito, acesso que foi efetivamente utilizado para obter a liberação de pagamentos em atraso".
Já o prefeito Marcelo Crivella (Republicano), preso na manhã desta terça-feira, 22, faltando apenas 9 dias para completar 8 anos no poder, por uma operação do MPRJ e da Polícia Civil, que investiga esquema de corrupção na Prefeitura do Rio, semelhante ao investigado na gestão Paes - propina para liberação de pagamentos em atraso, virou motivo de chacota para a grande mídia, que hoje estampa manchetes com sua previsão, feita durante os debates na campanha eleitoral, de que Paes seria preso por corrupção.
Vamos aguardar os últimos dias do mandato de Eduardo Paes, em 2024. Pode ser que se ele não conseguir agradar a grande mídia, surja um mandado de prisão contra o prefeito conhecido mundialmente como grande "ilusionista", que além de fazer desaparecer, no Centro do Rio e sem ninguém perceber, seis vigas de aço pesando 20 toneladas cada uma, cegou e conquistou votos dos eleitores, que em abril de 2016 choravam as mortes de duas pessoas no trecho da ciclovia, que desabou na Avenida Niemeyer, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.
FOTO/CAPA/reprodução
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