Opinião | Papagoiaba

A Colitur Transportes Rodoviários Ltda, dos empresários Paulo Afonso de Paiva Arantes e Francisco José de Oliveira, continua liderando as reclamações no setor de transporte público na região Costa Verde do Rio, sem que as autoridades adotem medidas céleres e eficazes contra o quadro de extremo desrespeito aos usuários.

As reclamações mais constantes apontam para o péssimo estado de conservação dos veículos, para a falta de respeito com os usuários refletida nos horários suprimidos sem motivos ou quaisquer avisos e informações, e até para o comportamento inadequado de motoristas em horários noturnos. “Os motoristas confundem ônibus com carros de fórmula 1. Trabalho em Laranjeiras, Paraty, estou grávida e passando mal com medo da alta velocidade em trechos de extremamente perigosos da estrada”, reclamou uma usuária da Colitur.

Em 2016 a Justiça de Paraty atendeu pedido do Ministério Público do Estado e bloqueou os bens dos sócios Paulo Afonso de Paiva Arantes e Francisco José de Oliveira Rezende, por causa do acidente com o ônibus da Colitur, que matou 15 pessoas e feriu 62 em setembro de 2015, na descida da serra de Trindade, em Paraty.

Nove meses após o acidente a Polícia Civil ainda não tinha concluído o inquérito. Em junho de 2016 a mãe de uma das vítimas ganhou na Justiça o direito a uma indenização de R$ 200 mil, mas os advogados da Colitur recorreram. Na época o representante da empresa revelou: “A Colitur tem interesse em fazer acordos com todos os familiares das vítimas. Tanto que já acertou indenização com 40% deles. Mas algumas pessoas optaram por entrar na Justiça. Os acordos firmados até agora têm valores menores que este da decisão, por isso vamos recorrer”.

É evidente o poder de Paulo Afonso de Paiva Arantes, que além de sócio da Colitur também é presidente do Sindpass, sindicato patronal filiado a Fetranspor, federação das empresas de ônibus no centro dos casos de corrupção no estado do Rio de Janeiro.

FOTO/CAPA/reprodução - acidente com o ônibus da Colitur, que matou 15 pessoas e feriu 62 em setembro de 2015, na descida da serra de Trindade, em Paraty.