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Delegado de Polícia Civil e coronel da Polícia Militar presos pela Polícia Federal na operação “Pão Nosso”, desdobramento da Lava Jato no Rio.
No desdobramento da operação Lava Jato batizado pela Polícia Federal como “Pão Nosso”, foram presos hoje no Rio, o diretor-geral de Polícia Especializada, delegado de Polícia Civil Marcelo Martins, e o ex-secretário de Administração Penitenciária do Estado do Rio, Coronel da Polícia Militar, Rubens Monteiro de Carvalho.
Desde outubro de 2017, quando o ministro da Justiça Torquato Jardim, disse, que o governador Luiz Fernando Pezão não controlava as polícias estaduais e que os comandos estavam associados ao crime organizado, eram esperadas operações da Polícia Federal em parceria com os Ministérios Públicos Federal e Estadual, que já investigavam possíveis crimes praticados pelos integrantes da cúpula da segurança pública no estado do Rio.
A operação de hoje, que cumpriu 14 mandados de prisão - 9 temporárias e 5 preventivas, investiga desvio de cerca de R$ 73 milhões no projeto desenvolvido pela Iniciativa Primus, organização não governamental (ong) sem fins lucrativos, que era responsável pela instalação de estrutura para a fabricação de pães no complexo de Bangu, na Zona Oeste do Rio.
A justificativa do projeto era a reinserção dos detentos à sociedade através dos benefícios conquistados com o trabalho no período de cumprimento das penas.
As investigações iniciaram em maio do ano passado, quando uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) descobriu que para cada pão produzido a organização sem fins lucrativos recebia valores relativos à pelo menos dois pães. No contrato com a Iniciativa Primus o Estado pagava pelos ingredientes, pela produção e também pelo produto.
O mandado de prisão contra Felipe Paiva, sócio oculto da Iniciativa Primus, não foi cumprido porque atualmente o empresário reside em Portugal. Felipe Paiva também era sócio da Induspan, empresa que realizava os mesmos serviços no complexo de Bangu antes do contrato com a Iniciativa Primus. Somando os dois períodos o empresário comandou o projeto de reinserção dos detentos à sociedade, que segundo as investigações foi gerido por uma organização criminosa, no período de 2001 a 2015.
Delegado Marcelo Martins - FOTO/reprodução
O delegado de Polícia Civil Marcelo Martins tem contra ele a acusação de lavagem de dinheiro da organização criminosa em ações da Finder Executive Consulting Assessoria, empresa em que o delegado aparece no quadro societário. Segundo as investigações, uma casa de câmbio no Rio, que possui o pai do delegado como um dos sócios, atuava também na lavagem de dinheiro do esquema criminoso.
Coronel Rubens Monteiro - FOTO/reprodução
Já o coronel PM César Rubens Monteiro de Carvalho foi preso preventivamente com base no crescimento de seu patrimônio durante o período em que foi secretário de Administração Penitenciária do Estado do Rio.
As investigações apontam que o coronel Rubens Monteiro multiplicou seu patrimônio dez vezes no período. No Cadastro de Embarcações da Marinha do Brasil consta que o coronel é proprietário de sete embarcações.
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