Trocando em Miúdos

Ainda que atuando na esfera do Judiciário, Sérgio Moro goza de popularidade superior a do próprio presidente eleito Jair Bolsonaro, sendo, na minha visão, o principal responsável pelas recentes mudanças políticas no país.

Há quatro anos no comando da operação Lava-Jato como titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro deixou transparecer sinais de desgaste, quando ponderou, recentemente, que sua missão no comando da maior operação contra a corrupção do Brasil estava chegando ao fim.

Indicado por Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública ainda no período da campanha eleitoral, Sérgio Moro se reuniu com o presidente eleito na manhã desta quinta-feira, 01, no Rio, apenas para formalizar uma decisão que já havia sido tomada.

Atos de Moro como Juiz Federal serão questionados. Um deles, com certeza, será a divulgação da delação de Palloci durante a campanha eleitoral, entendida pelos opositores como ação política para favorecer o então candidato Bolsonaro.

Deixando 22 anos de magistratura, o objetivo de Moro é uma cadeira como ministro do Supremo Tribunal Federal, que será aberta em 2020 com a aposentadoria do decano Celso de Melo, que completará 75 anos.

A caminhada de Sérgio Moro não será fácil, já que longe da blindagem no Poder Judiciário, agora ele assumirá cargo de agente político e como tal terá que atuar no campo da política.

O futuro juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba ainda não é conhecido. Especialistas, entendem, que os critérios para a vaga não indicam a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro.

Entretanto, como a língua portuguesa passou a ser interpretada no Judiciário, já faz um bom tempo, com a versão mais apropriada para o momento, que se lasquem os critérios.