Trocando em Miúdos
Deputado André Corrêa foi melhor estrategista político da região
O melhor estrategista da região foi o deputado estadual André Correa (DEM), reeleito com 66.881 votos para o quinto mandato consecutivo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Mesmo reduzindo o resultado obtido nas eleições de 2014, que foi de 81.364 votos, o deputado André Corrêa foi quem fez a melhor leitura sobre a complicada e curta campanha eleitoral - primeira após as mudanças no sistema de financiamento.
Dessa vez André Corrêa mudou a velha receita de parcerias com candidatos a deputado federal para lançar seu próprio pai como postulante a uma vaga na Câmara Federal. E o resultado foi Luiz Antônio Corrêa (DC) eleito deputado federal com 50.284 votos.
As parcerias entre candidatos às vagas nas Assembleias Legislativas, na Câmara e até no Senado Federal, geralmente são adotadas para ampliar ou criar novas bases eleitorais, ignorando, na maioria das vezes, a ideologia partidária que deveria selar o encontro de ideias. Elas se tornam ainda mais questionáveis quando históricos de votos em eleições anteriores são negociados como moedas de troca para apoios político e financeiro.
Então, André Corrêa foi quem da região decidiu carregar a própria mala.
Entretanto, não é bem assim – diriam os apoiadores, já que o deputado federal eleito Luiz Antônio Corrêa, de 78 anos, foi duas vezes prefeito de Valença, cumprindo, também, dois mandatos como deputado estadual.
A mala do “homem da mala”
Essa mala bem mais pesada o deputado começou a carregar na semana passada, quando parte da delação premiada de Carlos Miranda, que assumiu ter agido como “homem da mala” do ex-governador Sérgio Cabral, revelou um suposto de pagamento mensal de R$ 100 mil para André Corrêa ajudar a controlar os ânimos no plenário antes das votações na Assembleia Legislativa do Rio.
Mais cinco deputados estaduais foram citados por Carlos Miranda, que teve a delação premiada homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em 6 de março deste ano.
Além de André Corrêa, os outros deputados e seus respectivos supostos recebimentos mensais citados pelo “homem da mala”, foram: Marcos Abrahão (R$ 80 mil); Luiz Martins (R$ 80 mil); Marcus Vinicius Neskau (R$ 50 mil); Coronel Jairo (R$ 50 mil); Marcelo Simão (R$ 20 mil) e Graça Matos (30 mil).
"As acusações desse senhor, que é um ladrão confesso, são totalmente mentirosas. Não o conheço, nunca estive com ele nem troquei qualquer e-mail ou ligação telefônica", disse André Corrêa.
Quem é o “homem da mala”?
Amigo íntimo de Sérgio Cabral, o economista Carlos Miranda revelou como a propina paga pela Federação das Empresas de Transportes do Rio (Fetranspor) a deputados estaduais era repartida pelo ex-governador, que, segundo o delator, ponderava o “grau de influência” e a “importância” de cada parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio para decidir sobre os valores.
Em troca das mesadas pagas pela Fetranspor, os deputados na lista da “mala” garantiam apoio aos interesses da entidade, que representa 10 sindicatos e mais de 200 empresas de transporte público no estado do Rio.
O contato de Cabral era feito por meio de José Carlos Lavouras, ex-presidente do Conselho de Administração da Fetranspor.
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