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Presidente da AMO-RJ é suspeito de aplicar golpe de R$ 73,7 mil em casal de idosos de Paraíba do Sul
O capitão de Mar e Guerra da reserva da Marinha, Valdemar Barros Filho, de 86 anos, que reside com um casal de filhos e a esposa Suzana Aparecida Valle Pedroso Barros, de 60 anos, na Fazenda Limoeiro, em Paraíba do Sul, na Região do Médio Paraíba, registrou na 107ª Delegacia de Polícia uma denúncia de estelionato onde figura como suspeito Aloisio Cesar Braz, presidente da AMO-RJ (Associação de Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro).
O casal revelou na terça-feira, 8, ao Papagoiaba, que conheceu Aloisio Cezar há cerca de uma década, quando o motociclista passou a se hospedar na Pousada do Comandante, propriedade da família localizada no casarão da Fazenda Limoeiro. “Após tantos anos o Aloísio passou a ser alguém de nossa inteira confiança. Quando os motociclistas anunciavam os encontros na cidade, nós sabíamos que o presidente da AMO seria nosso hóspede”, disse Valdemar Barros.
No final de 2016 o senhor Valdemar Barros teve um câncer de próstata diagnosticado. Segundo a esposa Suzana Barros, o ano de 2017 começou unindo a família em torno de seu tratamento oncológico, ainda em andamento na Clínica 9 de Julho, na cidade mineira de Juiz de Fora. “Nós deixamos tudo para ficar ao lado do comandante de nossa família”, disse Suzana, administradora da Pousada do Comandante.
O casal prosseguiu, relatando, que cerca de 15 dias antes do 20º Encontro de Motociclistas de Paraíba do Sul, que foi realizado no feriado do Dia do Trabalhador em 2017, Aloísio Cesar Braz visitou a Pousada do Comandante para fazer a reserva da hospedagem. “Recebemos Aloísio com a atenção de sempre e relatamos que estávamos vivendo a crise que atingiu os brasileiros. Tínhamos que direcionar nossa atenção e nossa renda para o mais importante, que era a saúde de meu esposo. Mas, não podíamos deixar de pagar um parcelamento de R$ 2,4 mil mensais na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional”, argumentou Suzana, emendando: “Naquele momento Aloísio se apresentou como advogado tributarista e se colocou à disposição para nos ajudar”.
CONFIANÇA DA FAMÍLIA NO GRUPO ACB, presidido por ALOISIO BRAZ
No dia 17 de abril do ano passado, Valdemar Barros Filho assinou uma procuração outorgando ao Grupo ACB – Consultores Associados S/C Ltda, presidido por Aloisio Braz, plenos poderes para representa-lo no processo nº 13727.000270/2014-17, que tinha gerado uma dívida de R$ 79.781,78 na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). A procuração do Grupo ACB foi certificada no Cartório Ofício Único de Paraíba do Sul naquele mesmo dia.
PROPOSTA RASCUNHADA POR ALOISIO BRAZ
Uma semana depois, Aloísio Cesar foi até a Pousada do Comandante e apresentou uma folha de papel onde constava uma dívida ativa de R$ 131.614,04, supostamente, em nome de Valdemar de Barros Filho. “Nessa mesma folha ele escreveu que teríamos que pagar R$ 39.544,21 como depósito recursal para suspender o parcelamento até a decisão final. Além disso, o senhor Aloísio nos informou o número de sua conta no Bradesco e o telefone de sua secretária, de primeiro nome Viviane”, contou Suzana, lembrando, que devido ao tratamento com a quimioterapia o seu marido não tinha condições físicas e psicológicas para participar das tratativas com o representante do Grupo ACB, que até então era de inteira confiança da família.
TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS
No dia 24 de abril de 2017, a senhora Suzana Aparecida Valle Pedroso Barros transferiu R$ 40 mil de sua conta na agência Caixa Econômica Federal de Paraíba do Sul para a conta de Aloisio Cesar Braz, na agência Bradesco da Avenida Graça Aranha, no Centro do Rio. “Quando fiz contato telefônico com Aloísio informando a efetivação do depósito, ele brigou comigo porque eu tinha depositado quase R$ 500 a mais do que ele tinha pedido pelo recurso. Esse gesto aumentou ainda mais nossa confiança”, disse.
Cerca de um mês depois, Aloísio voltou a fazer contato com a família, informando, que somente a parcela referente ao mês de maio deveria ser quitada e que precisava de mais R$ 7.837,22 para finalizar a negociação na PGFN. No dia 22 de maio de 2017 foi transferido o valor R$ 7.837,22 da conta do senhor Valdemar Barros Filho na agência do Itaú de Paraíba do Sul para a conta de Aloisio Cesar Braz, na mesma agência Bradesco, no Centro do Rio.
Suspendendo o pagamento do parcelamento da dívida na PGFN no dia 29 de maio, quando foi quitada mais uma parcela, Suzana Barros prosseguiu focada na luta do comandante Valdemar contra o câncer.
Alguns meses depois, uma nova comunicação de Aloisio Cesar Braz, alertava, que mais um depósito em sua conta no valor de R$ 14.874,31 precisava ser feito para pagar “honorários” aos “procuradores”. No dia 11 de agosto de 2017 a senhora Suzana transferiu R$ 14.874,31 de sua conta na agência Itaú de Paraíba do Sul para a conta de Aloisio Cesar Braz, dessa vez na agência Itaú, também na Avenida Graça Aranha, Centro do Rio.
Dois meses depois, Aloisio Braz voltou a fazer contato com a família, informando, que a sentença tinha sido positiva e que o casal não precisaria mais pagar a dívida ativa no valor de R$ 131.614,04. “Nesse dia ele nos pediu mais um depósito no valor de R$ 11.002,28, que dessa vez serviria para quitar custas do processo”, contou o casal. No dia 8 de novembro Suzana Barros transferiu R$ 11.002,28 de sua conta na agência Itaú de Paraíba do Sul para a conta de Aloisio Cesar Braz, na mesma agência do Itaú da Avenida Graça Aranha, Centro do Rio.
DECEPCIONADOS COM ALOISIO BRAZ
Necessitando de recursos para custear cursos universitários dos filhos, o casal decidiu vender imóveis da família na cidade de Fortaleza, no Ceará. Foi então que Valdemar Barros Filho, de 86 anos, descobriu que estava impedido de emitir certidão negativa de débitos em seu nome, que ainda constava na dívida ativa da PGFN.
Alertado pelo filho, em 12 de janeiro deste ano o casal seguiu até a sede da PGFN, na cidade de Três Rios, onde foi informado, que as movimentações relatadas sobre as supostas ações do Grupo ACB não constavam no processo, e que devido a paralisação no pagamento das parcelas em maio de 2017, o montante teria que ser refinanciado.
Sem alternativas a família contratou o escritório de advocacia do Dr. João Augusto Figueiredo da Rocha para defender seus interesses no caso. “Foi grande a nossa decepção com alguém que viu nossos filhos crescer”, disse Suzana Barros. “Eu acredito, que ao me ver completamente sem forças, Aloisio acreditou que eu morreria e o caso seria encerrado. Mas, vou resistindo ao câncer na próstata com metástase nos ossos graças ao carinho da família e a dedicação dos médicos da clínica 9 de Julho, em Juiz de Fora”, encerrou assim a participação do capitão de Mar e Guerra da reserva da Marinha nesta matéria.
REGISTRO DE OCORRÊNCIA NA 107ª DP – PARAÍBA DO SUL.
O Registro de Ocorrência nº 107-00088/2018 foi lavrado pelo inspetor Josimar da Silva Fonseca no dia 25 de janeiro deste ano.
O Papagoiaba esteve na 107ª DP de Paraíba do Sul na terça-feira, 8. Com o inquérito instaurado uma carta precatória foi enviada para a 12ª DP de Copacabana, onde Aloisio Cesar Braz, que reside no bairro da Zona Sul carioca, será ouvido pela autoridade policial.
O inspetor Gustavo, que estava no plantão da 107ª DP na tarde de terça-feira, afirmou, que a denúncia sobre o crime de estelionato será investigada com rigor pela Polícia Civil de Paraíba do Sul.
ALOISIO CESAR BRAZ
Em sua página no aplicativo Facebook, Aloisio Cesar Braz se apresenta como Diretor Presidente do GRUPO ACB E EMPRESAS COLIGADAS LTDA, Diretor Presidente do GRUPO ACB - CONSULTORES ASSOCIADOS, e PRESIDENTE DA AMO-RJ (Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro).
Conhecido no meio do motociclismo pelas atividades da AMO-RJ, que financia eventos dos motoclubes e motogrupos associados, Aloisio Cesar Braz anuncia livre acesso em gabinetes de prefeitos e de deputados estaduais e federais para desenvolver projetos da associação.
Em outubro do ano passado, Aloisio Cesar Braz, informou, que uma nova data seria marcada para a Licitação das Rodovias Federais e que a AMO-RJ tinha conseguido retirar da planilha as cobranças de taxas de pedágio sobre motocicletas e triciclos.
ÁUDIOS E TEXTOS DO WHATSAPP
Várias mensagens de texto e de áudio foram trocadas através do aplicativo Whatsapp entre Suzana Barros e Alosio Braz. Nos áudios, Aloisio diz que é funcionário da Receita Federal, que resolveu dezessete processos da família administrativamente dentro da PGFN e que pagou supostos honorários aos procuradores (?).
MENSAGENS DE TEXTO ENTRE SUZANA BARROS E ALOISIO BRAZ
ÁUDIOS DE ALOISIO BRAZ - WHATSAPP DE SUZANA
CONTATO COM ALOISIO CESAR BRAZ
O Papagoiaba tentou contato com Aloisio Cesar Braz na manhã desta quarta-feira, 9. Aloisio Braz não atendeu nossas ligações para seu telefone celular. No Grupo ACB, a atendente, que se identificou como Vitória, informou, que o presidente do grupo não tinha horário certo para comparecer no escritório nesta quarta-feira.
O Papagoiaba oferece aos citados nesta matéria, o espaço necessário para explicações sobre o caso investigado na 107ª DP de Paraíba do Sul.
As novas informações dos citados serão publicadas nessa mesma matéria, onde constarão dia e horário da atualização.
FOTO/CAPA - O casal Valdemar e Suzana Barros
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sempre o mesmo desrespeito
Muda o presidente da AMO e não mudam os problemas. Tem um outro camarada aí, que também é dono de oficina e no melhor, ele troca as peças da sua moto juntamente com a esposa. e isso acontece há anos, na praça da bandeira. Como o "irmão" faz sempre um churrasquinho...é sempre bajulado e conseguiu até um cargo ALTO na AMO...lamentável.Inscrever-se
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