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Quarta, 15 Janeiro 2025

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Rio Paraíba do Sul alerta para colapso no abastecimento de água potável no Rio de Janeiro

Em 10 de março de 1890 acontecia a emancipação política e administrativa de Barra do Piraí, primeiro município brasileiro criado no regime republicano.

O nome Barra do Piraí tem origem no acidente geográfico provocado com o represamento imposto naturalmente pelo Rio Paraíba do Sul ao seu afluente Rio Piraí.

Em 1952, passados 62 anos da fundação de Barra do Piraí, era inaugurado pela Light S/A o primeiro sistema de transposição das águas dos Rios Piraí e Paraíba do Sul para produção de energia elétrica na Usina de Lajes, em Lajes, município de Piraí, de onde, após girar as turbinas da energia elétrica, as aguas seguem para o sistema do Rio Guandu, responsável pelo abastecimento de água potável de 80% da região metropolitana do Rio de Janeiro.

Mais 66 anos se passaram e hoje, em 2018, quase nada restou do Rio Piraí após a inversão de seu curso em 1952.

Para encontrar sua foz em Atafona, no município de São João da Barra, no Norte Fluminense, o Rio Paraíba do Sul enfrenta, desde sua nascente nas águas mineiras e paulistas dos Rios Paraitinga e Paraibuna, todos os tipos de agressões ambientais.

Com a severa seca registrada nos anos de 2014 e 2015, quando a ANA (Agência Nacional de Agua) emitiu resolução autorizando vazão de até 173 m³/s na barragem da Usina Elevatória de Santa Cecília, no bairro Campo Bom, Barra do Piraí, membros do Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul (GTAOH) e do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap) passaram a divulgar uma série de alertas e medidas de preservação da principal bacia hidrográfica do Sudeste, ressaltando, que a vazão após a barragem de Santa Cecília não pode ser inferior a 190 m3/s.

A cidade do Rio de Janeiro e sua região metropolitana precisam encontrar muito rapidamente fontes alternativas de água potável para evitar um colapso que se aproxima rapidamente sem que medidas eficientes sejam adotadas para evita-lo.

Quanto custa o Rio Piraí?
Rio Piraí FOTO 2
No leito do Rio Piraí não existem vestígios da dragagem que custou R$ 14 milhões  - FOTO/Jeff Castro.

 

Em 2001 os Procuradores da Prefeitura de Barra do Piraí, durante a gestão do prefeito Carlos Celso Baltazar da Nóbrega (PSB), ingressaram na justiça com ação pedindo ressarcimento ao Município do passivo ambiental causado pela Light S/A a bacia do Rio Piraí.

Na época, o Ministério Público Estadual pediu que uma equipe técnica fizesse um levantamento sobre o valor do passivo ambiental na bacia do Rio Piraí, que ficou estabelecido no patamar de R$ 150 milhões.

O tempo passou sem uma decisão judicial e, em 2010, através de um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) entre a Light, Ministério Público Estadual e Prefeitura de Barra do Piraí, já na gestão do prefeito José Luiz Anchite, hoje deputado estadual do Partido Progressista, ficou decidido que a ação seria arquivada com o pagamento de R$ 14 milhões da Light S/A ao Município.

Este valor foi aplicado na dragagem do Rio Piraí, em 2011, sem deixar para 2018 qualquer vestígio dos serviços realizados, que incluíam também a recuperação da mata ciliar.

O resultado de todo esse desperdício de verbas públicas após o TAC entre a Light, Ministério Público Estadual e Prefeitura de Barra do Piraí, é que hoje os moradores da Roseira estão há quase dois anos sem o único acesso de veículos ao bairro após a queda de parte uma ponte sobre o Rio Piraí, que o governo municipal, agora, na gestão do prefeito Mário Esteves (PRB), tenta aos trancos e barrancos reconstruir.

O descaso e a má gestão aliados a fiscalização incompetente e muitas das vezes conivente, deixam as cidades cortadas pelos Rios Piraí e Paraíba do Sul em permanentes estados de alerta com relação ao fornecimento de água potável.


Rio Paraíba do Sul tubos FOTO 3Quatro tubos com capacidade de bombear 40 m3/s de água para os sistemas da Usina de Lajes e do Rio Guandu iniciam a transposição do Rio Paraíba do Sul na Usina Elevatória de Santa Cecília - FOTO/Jeff Castro.

Rio Piraí VALÃO FOTO 4Após percorrerem cerca de 5 quilômetros de túneis as águas bombeadas do Rio Paraíba do Sul na Usina Elevatória de Santa Cecília chegam na localidade conhecida como Valão, em Santanésia, Piraí - FOTO/Jeff Castro.

Rio Piraí SANTANA FOTO 5Na Barragem de Santana as águas do Rio Paraíba do Sul e Piraí seguem para a Usina Elevatória do Vigário, próxima ao Centro de Piraí, onde começam a descer em direção a Usina de Lajes e ao sistema do Rio Guandu - FOTO/Jeff Castro.

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