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O prefeito Mário Esteves (PRB), realizou, na manhã de sábado, 18, no auditório da Santa Casa de Barra do Piraí, reunião para nomeados do governo municipal, representantes da Irmandade Santa Rita de Cássia e candidatos nas eleições de 2018.

Na peça de marketing político anunciada como prestação de contas e tratada, equivocadamente, como entrevista coletiva pela Secretaria de Comunicação Social, o prefeito Mario Esteves repetiu o discurso da “herança maldita”, anunciando, que estava devolvendo o hospital para a Irmandade Santa Rita de Cássia sem dívidas, segundo o Chefe do Executivo, quitadas com verbas públicas acima de R$ 20 milhões.

Aplausos ao invés de perguntas na entrevista coletiva organizada pela Secretaria de Comunicação Social - FOTO/reprodução

No discurso de abertura Mario Esteves desafiou a imprensa, que não estava presente, a desmentir suas afirmações sobre um hospital completamente sem dívidas.

Na manhã desta segunda-feira, 20, o Papagoiaba pesquisou no site da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), confirmando a dívida da Irmandade Santa Rita de Cássia com o governo federal no valor de R$ 21.607.473,13, que resultou na penhora do imóvel da Santa Casa no Centro de Barra do Piraí.

O prefeito Mario Esteves comandando o marketing político na Santa Casa - FOTO/reprodução

Na suposta prestação de contas, o prefeito Mário Esteves e os representantes da Santa Casa não explicaram porque o balanço financeiro do ano de 2017, que é exigido pela lei que regulamenta as instituições filantrópicas brasileiras, não foi publicado.

Sem qualquer transparência sobre os recursos da Secretaria de Saúde e do SUS repassados para o hospital no período de intervenção do governo municipal, o prefeito Mario Esteves anunciou mais de R$ 20 milhões em emendas parlamentares, sem apresentar, assim como determinam as regras, os números e valores dos depósitos e transferências bancárias oriundas das emendas, que possuem destinações específicas e obrigatórias.

Não se sabe o valor da dívida do hospital com a concessionária de energia, assim como também não são conhecidos os números do passivo trabalhista e dos funcionários antes e depois da intervenção do governo municipal na Santa Casa.

Informações sobre os repasses do INSS e do FGTS dos funcionários também não fizeram parte da suposta prestação de contas, que foi efusivamente aplaudida pelos nomeados do governo municipal, representantes da Irmandade Santa Rita de Cássia e candidatos nas eleições de 2018 presentes na peça de marketing político de péssimo nível – friso nosso.