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Ministério da Saúde Pública de Cuba comunica a saída dos médicos cubanos do programa “Mais Médicos”
O ministério da Saúde Pública de Cuba comunicou nesta terça-feira, 14, ao governo brasileiro e a Organização Panamericana de Saúde (OPS), que está encerrando sua participação no programa ‘Mais Médicos’, criado em 2013 no Brasil para garantir o princípio de cobertura sanitária universal da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em cinco anos de trabalho, cerca de 20 mil médicos cubanos atenderam a 113,3 milhões de pacientes, em mais de 3,6 mil municípios. Com o programa, cerca de 700 municípios brasileiros tiveram um médico pela primeira vez em suas histórias.
Segundo estudo do Ministério da Saúde brasileiro, realizado Universidade Federal de Minas Gerais, o trabalho dos médicos cubanos nas comunidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador; e nos distritos especiais indígenas, principalmente na Amazônia, foi aprovado por cerca de 95% da população nos locais atendidos.
Em 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), a participação dos médicos cubanos no programa ‘Mais Médicos” foi mantida pelo presidente Michel Temer (MDB).
Entretanto, com a recentes declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que além de prometer encerrar a participação dos médicos cubanos no programa brasileiro, ameaçou romper relações diplomáticas entre os dois países, o governo de Cuba, através do ministério da Saúde Pública de Cuba, publicou nota oficial nesta terça-feira. “Não é aceitável que se questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos que, com o apoio de suas famílias, prestam atualmente serviços em 67 países. Em 55 anos foram cumpridas 600 mil missões internacionalistas em 164 nações, nas quais participaram mais de 400 mil trabalhadores da saúde, que em não poucos casos cumpriram esta honrosa tarefa em mais de uma vez. Destacam-se as façanhas da luta contra o ebola na África, a cegueira na América Latina e o Caribe, a cólera no Haiti e a participação de 26 brigadas do contingente internacional de médicos especializados em desastres e grandes epidemias no Paquistão, Indonésia, México, Equador, Peru, Chile e Venezuela, entre outros países”, diz a nota do governo cubano.
A nota oficial do ministério da Saúde Pública de Cuba também se dirige ao povo brasileiro: “O povo brasileiro, que fez do programa Mais Médicos uma conquista social, que confiou desde o primeiro momento nos médicos cubanos, aprecia as suas virtudes e agradece o respeito, sensibilidade e profissionalismo com que lhe atenderam, poderá compreender sobre quem cai a responsabilidade pela interrupção de nossa contribuição solidária nesse país. Os povos da nossa América e do resto do mundo sabem que sempre poderão contar com a vocação humanista e solidária dos nossos profissionais”.
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