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Queijo de Valença fica entre os 12 melhores do mundo em torneio na França
Considerado o grande salão internacional, o Mundial de Queijos e Produtos Lácteos de Tours deu ao Brasil 81 medalhas na edição 2023, encerrada no dia 12 de setembro, em Tours, no Vale do Loire, na França. Foram 17 medalhas de ouro, 23 de prata e 41 de bronze. Na edição anterior, realizada em 2021, o Brasil conquistou 57 medalhas. O concurso ocorre a cada dois anos.
FOTO/CAPA/reprodução - Fabrício Le Draper Vieira / DETALHE/Caprinus do Lago
Ao todo, foram 1.640 queijos avaliados de vários países, dos quais 288 foram apresentados por 91 produtores brasileiros dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Bahia, Pará, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Das 17 medalhas de ouro, dez foram para produtores de Minas Gerais.
Escolhido como 7º colocado entre os 12 queijos melhores do mundo, o Caprinus do Lago, único queijo não europeu na categoria Super Ouro, é produzido por Fabrício Le Draper Vieira, no Capril do Lago, em Valença, no Sul Fluminense. A França ficou com 10 dessas medalhas e a Suíça com uma.
O produtor Fabrício Le Draper Vieira revelou que essa foi a primeira vez que ganhou ouro em um concurso mundial de queijo fora do país. Os produtos dele ganharam também uma medalha de bronze para o queijo de vaca com páprica na capa chamado Destino – nome do vilarejo onde seu pai nasceu.
Fila de espera
O Caprinus do Lago é um queijo de massa prensada, semicozida, feito com leite cru de cabra. “Leva um ano para ficar pronto. E todos os dias, a gente tem que virar e escovar ele. São necessários 17 litros de leite para fazer um quilo de queijo. A produção desse queijo é feita duas vezes por semana, embora ele leve um ano para ficar pronto. A gente faz um queijo de cinco quilos”, disse o produtor de Valença, que revela uma fila de espera com prazo de aproximadamente um ano para comprar o produto.
Mesmo com tanta procura, ele não pretende aumentar a produção, mas sim manter a qualidade do produto. “Quero que seja um produto exclusivo, do tipo prêmio, que a pessoa vai ter que esperar para poder provar”. Outro detalhe é que ele não vende o queijo inteiro de cinco quilos para uma pessoa só. “Eu prefiro mandar um pedaço para 20 pessoas do que um inteiro para uma pessoa só”.
Fabrício Le Draper Vieira tem feito degustação do queijo Super Ouro no bistrô que mantém no Capril. “Se a pessoa for lá almoçar ou jantar com a gente, eu permito uma degustação do queijo. Mas só lá. É uma forma também de monetizar um pouco e viabilizar o projeto que ainda não é autossustentável. É um projeto de investimento, porque eu faço queijo da pandemia (da covid-19) para cá. Tem pouco tempo. Eu vivo da odontologia. Sou dentista”.
Paixão
Nascido em uma família com 38 dentistas, Fabrício Le Draper tem uma carreira sólida na odontologia. No ano passado, ele foi incluído entre os 100 melhores dentistas em uma lista promovida por uma associação internacional da categoria. Para ele, o segredo de seu sucesso tanto na produção de queijos quanto na odontologia é a paixão. Para ele, tudo que é feito com paixão prospera.
O gosto pelos queijos e pelas cabras surgiu ainda na infância, quando tinha 12 anos. Pediu ao pai uma vaca, mas viu que não conseguiria tirar leite do animal tão alto. Então, em uma exposição agropecuária, conheceu e se encantou com uma cabra leiteira.
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