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Paty do Alferes, que completa hoje 36 anos, vai ganhar o Parque Fazenda Monte Alegre
O município de Paty do Alferes, que completa 36 anos de emancipação nesta sexta-feira, 15, vai ganhar um novo centro de lazer, cultura e educação. O prefeito Juninho Bernardes anunciou a criação do Parque Fazenda Monte Alegre, que fica localizada na entrada da cidade.
FOTO/CAPA/reprodução - casarão da fazenda Monte Alegre
A histórica fazenda criada no final do século 18, que possui área de mais de cerca de 115 mil metros quadrados, mantém preservada o casarão sede, a capela, o jardim botânico, as trilhas, as esculturas, a galeria de arte ao ar livre e um cafezal com 11,5 mil pés, onde fica o Museu do Café. Um bistrô e restaurante também funcionam na localidade.
Juninho Bernardes revelou, também, que será criada uma escola oferecendo cursos profissionalizantes para a população no Parque Fazenda Monte Alegre.
A expectativa é que o Parque Fazenda Monte Alegre abra suas portas aos visitantes em abril de 2024.
História da Fazenda Monte Alegre
A história da Fazenda Monte Alegre está fortemente ligada à de Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, o Barão de Paty do Alferes, membro da família que dominou por quase 200 anos a maior parte das terras na “Serra Acima”, como era conhecida esta parte da então Província Fluminense. Não foi o Barão quem construiu Monte Alegre, porém, é certo que desde 1855 ele residiu na fazenda, efetivando-a como seu centro de negócios e de documentação, arquivos etc. Das várias fazendas que possuía (sete, com centenas de escravizados) era a melhor aparelhada, melhor localizada, possuidora do melhor quadro de profissionais especializados (enfermeiros, sapateiros, lavadeiras, etc. Só carpinteiros havia 10) e a que possuía melhores instalações. A Monte Alegre chegou a ter mais de 200 escravizados por volta de 1859.
Em 1861, uma grande reforma ocorreu nesta fazenda – ano que vamos ver em destaque na fachada. O imperador Pedro II veio de Petrópolis a Paty do Alferes de surpresa – pela hoje Estrada do Imperador - em 1858, e foi recepcionado pelo Barão de Paty em sua casa no centro do município. O Barão decidiu promover uma grande reforma em sua Fazenda Monte Alegre para colocá-la à altura de visitantes ilustres. A reforma foi concluída em 1861, mesmo ano da morte do Barão.
Monte Alegre possuía casa de moradia com oratório próprio, moinho, engenho de farinha, 59 lances de senzala, pilões, serraria, olaria, forno apetrechado, 2 lances de casa para guardar carros, 10 lances de armazéns de café e tulhas, um canavial, cafezais e 9 enfermarias para os escravizados.
Com a morte do barão, sua esposa Maria Isabel Peixoto de Lacerda Werneck de Castro, baronesa de Paty, assumiu seus negócios. Em 1911, a herdeira viscondessa de Arcozelo vende a fazenda para Joaquim Ribeiro de Avelar. Depois disso, a Monte Alegre foi fragmentada, tendo a casa passado por várias mãos, como Sabino de Robertis, Antônio Faustino Porto e até mesmo de uma empresa que a transformou em hotel. Na década de 1980, o arquiteto Dr. Gabriel a comprou e levou seis anos para restaurá-la com uma equipe de 3 artesãos.
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