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Operação do MPRJ prende PMs e investiga comandante de BPM por corrupção, tortura, peculato e concussão
A operação “Mercenários”, deflagrada nesta quinta-feira, 26, pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar fluminense, cumpre onze mandados de prisão e mais 35 mandados de busca e apreensão expedidos pelo juízo da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça.
Onze policiais militares são acusados pelos crimes de corrupção, tortura, peculato e concussão. Segundo as investigações, os agentes sequestravam e extorquiam criminosos, mediante tortura e pagamento de resgate.
O esquema comandado pelos policiais militares, que funcionou enquanto eles eram lotados no 24º BPM, em Queimados, na Baixada Fluminense, prosseguiu quando eles foram transferidos para o 21º BPM, em São João de Meriti, na mesma região do estado.
Até o momento, nove dos onze policiais militares que são alvos da operação foram presos. As apreensões somam R$ 253 mil em dinheiro, mais barras de ouro, armas e cadernos de contabilidade.
INVESTIGAÇÕES
As investigações tiveram início a partir da análise de dados do aparelho celular do denunciado Adelmo Guerini, apreendido durante a operação Gogue Magogue, realizada em agosto de 2020 para desmantelar um grupo miliciano que explorava o serviço de mototáxis na comunidade Asa Branca, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.
A partir dos dados extraídos do aparelho, verificou-se que policiais militares lotados no GAT (Grupamento de Ações Táticas) do 24º BPM, e na P2 (Seção de Inteligência da Polícia Militar) do 21º BPM, valendo-se da função desempenhada nos batalhões, integraram organização criminosa para cometer os crimes investigados.
Adelmo e os denunciados Mário Paiva Saraiva, Antonio Carlos dos Santos Alves, Denilson de Araújo Sardinha, Weliton Dantas Luiz Junior, Francisco Santos de Melo, Marcelo Paulo dos Anjos Benício e Vitor Mayrinck, integravam a equipe Delta do GAT do 24º BPM, aliando-se para obter vantagens indevidas, através de acertos de propina com criminosos, em especial traficantes. Quando o acerto não era realizado, os denunciados realizavam atos de violência, através de extorsões, torturas e homicídios, além de desviar parte ou a integralidade de materiais ilícitos apreendidos que, muitas vezes, sequer eram apresentados à autoridade policial.
FOTO/reprodução - tenente-coronel André Araújo de Oliveira
Em fevereiro de 2020, o tenente-coronel André Araújo de Oliveira, então subcomandante do 24º BPM assumiu o comando do 21º BPM, levando consigo parte do grupo para formar a P2 do 21º BPM, cujo chefe era capitão Anderson Santos Orrico.
A partir deste momento, o esquema criminoso existente no GAT do 24º BPM foi copiado e implementado no 21º BPM, com seus integrantes passando a contar com informantes e arrecadadores de propina próprios. Com isso, passaram a fazer parte da organização criminosa outros cinco policiais militares: Marcelo Leandro Teixeira, Oly do Socorro Biage Cei de Novaes, William de Souza Noronha, Fabiano de Oliveira Salgado e Thiago Santos Cardoso.
Atualmente, o tenente-coronel André Araújo comanda o 15º BPM, em Duque de Caxias, também na Baixada fluminense, sendo o capitão Anderson Orrico, chefe da P2 do mesmo Batalhão. Mario Paiva Saraiva, Antônio Carlos dos Santos Alves e Denilson Sardinha integram o GAT do 15º BPM. O GAECO/MPRJ está cumprindo mandados de busca e apreensão nos endereços vinculados aos dois primeiros objetivando obter provas acerca da participação deles nos crimes denunciados.
FOTO/CAPA/reprodução
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