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No Brasil do mercado financeiro, que determina regras e impõe decisões em todos as esferas do poder, deixando recair exclusivamente sobre os ombros do Povo todos os ônus da nação, o Itaú Unibanco, maior banco da América Latina, cobra taxa de juros onze vezes maior do que a taxa que a mesma instituição financeira cobra dos clientes paraguaios nas agências do país vizinho.

Trocando em miúdos o brasileiro paga em um mês de juros no Itaú Unibanco, o mesmo que o paraguaio paga em um ano.

Enquanto no Brasil os juros cobrados pelo Itaú Unibanco chegam a 352,12% ao ano, no Paraguai o percentual é de 13,35% no mesmo período.

Enquanto o Brasil registrou em 2017 um índice inflacionário de 2,95%, no Paraguai a inflação ficou em 4% no mesmo período.

Enquanto no Brasil a taxa Selic do Banco Central é de 6,75% ao ano, podendo ser reduzida esta semana para 6,5%, no Paraguai o índice é de 5,25% ao ano.

O Paraguai possui cerca de 6,8 milhões de habitantes e apesar de sua economia modesta vem atraindo empresas e fábricas brasileiras, que buscam nos juros menores e na ausência de burocracia no país vizinho, a oportunidade de produzir e exportar para o Brasil com custos bem menores.

As agências do Itaú Unibanco do Paraguai pertenciam ao Interbanco e foram criadas na década de 1980 pelo extinto Banco Nacional, que se tornou Unibanco e depois Itaú.

Além do Paraguai o Itaú Unibanco atua também nos Estados Unidos, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Panamá, França, Alemanha, Portugal, Reino Unido, Espanha, Suíça, Dubai, Hong Kong, China e Japão, além de paraísos fiscais como Ilhas Cayman e Bahamas.

Os lucros exorbitantes da instituição financeira vem de um simples cálculo aritmético. Captando recursos no exterior a custos extremamente baixos o Itaú Unibanco amplia os ganhos investindo esses recursos no Brasil, onde cobra elevadíssimas taxas de juros.

Apesar do descalabro a grande mídia sustenta os interesses do Itaú Unibanco no país.

Será que pesa na balança o ‘benefício’ que o patrocínio de uma Copa do Mundo traz ao Povo Brasileiro?

ILUSTRAÇÃO/Jeff Castro