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MPRJ cumpre mandados de busca e apreensão contra membros da “máfia dos reboques” no Sul Fluminense
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou a operação Pátio Ilegal para investigar membros da chamada “máfia dos reboques” que agem nas cidades do Sul Fluminense. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços residenciais dos quatro sócios e administradores da Prime Serviços de Reboque, Estacionamento e Locação, assim como na sede da empresa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e na filial, em Barra Mansa, no Sul Fluminense.
FOTO/reprodução - Agentes do MPRJ na Prime Serviços de Reboque, Estacionamento e Locação,
De acordo com a denúncia do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), os sócios da Prime teriam leiloado indevidamente ao menos 162 veículos apreendidos em inquéritos policiais e/ou processos judiciais, dos quais tinham a posse em razão de contrato firmado com a Prefeitura de Barra Mansa. Os denunciados teriam embolsado indevidamente mais de R$ 3 milhões.
Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Barra Mansa, que também determinou a indisponibilidade e bloqueio de bens dos denunciados e da pessoa jurídica, além da suspensão do contrato de concessão de serviço público firmado com a Prefeitura de Barra Mansa, bem como a quebra de sigilo bancário e fiscal dos denunciados.
A investigação do GAECO, que contou com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), relata que os crimes vem ocorrendo desde junho de 2019 em Barra Mansa e outros municípios do Sul Fluminense.
Em razão do contrato de concessão de serviço público firmado entre a Prime e o Município de Barra Mansa, os veículos apreendidos em procedimentos de Polícia Judiciária ficavam sob a guarda da empresa, que teria promovido leilão dos automóveis sem prévia autorização judicial ou da autoridade policial, sob argumento de custeio das despesas de remoção e guarda diária no pátio da empresa. Os valores obtidos nos leilões tampouco teriam sido depositados em juízo ou devolvidos aos proprietários dos veículos.
As provas colhidas pelo MPRJ também revelaram que, em alguns casos, os criminosos usaram um mesmo documento como modelo, alterando somente os dados do veículo. Nesses casos, independente do ano de fabricação e da marca, os carros foram leiloados pelo mesmo valor, R$ 642,22, e para um mesmo comprador.
As investigações tiveram início a partir da notícia que um carro da marca BMW, apreendido por ocasião de um ato de prisão em flagrante, teria sido destinado à Prime e, posteriormente, vendido mediante leilão sem a devida autorização judicial e com fundamento diverso da finalidade da apreensão.
Durante as investigações, a empresa teve seu quadro societário alterado, como tentativa de esquivar os sócios da responsabilidade penal pelos crimes que praticaram.
FOTO/CAPAreprodução - pátio da Prime Serviços de Reboque, Estacionamento e Locação
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