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MPRJ acusa delegado, três policiais civis, escrivão e mais seis pessoas de favorecimento à “pirataria” em troca de propina
A 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital, atendendo pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) na ação civil pública movida para combater organização criminosa, que utilizava a estrutura da Polícia Civil para extorquir e receber propinas, afastou de seus respectivos cargos, bloqueou bens no valor de R$ 2,8 milhões e quebrou sigilos fiscal de bancário do delegado de polícia Maurício Demétrio; dos policiais civis Celso de Freitas Guimarães Junior, Vinicius Cabral de Oliveira e Luiz Augusto Nascimento Aloise; e do perito criminal José Alexandre Duarte. Outras pessoas envolvidas no esquema, como Alex Sandro Gonçalves Simonete, Ana Cristine de Amaral Fonseca, Rodrigo Ramalho Diniz, Ricardo Alves Junqueira Penteado, Alberto Pinto Coelho e Verlaine da Costa Pereira Alves, também tiveram bens bloqueados e sigilos fiscal de bancário quebrados.
A investigação criminal conduzida pelo GAECO/RJ, que deflagrou a operação ‘Carta de Corso’, revelou a existência, entre 2018 e 2021, de uma organização criminosa que se instalou na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial — DRCPIM, cujo titular era o delegado Maurício Demétrio.
Segundo MPRJ, ficou constatado que, ao invés de reprimir a prática da “pirataria” na famosa Rua Teresa, em Petrópolis, Região Serrana do Rio, os acusados exigiam dos lojistas o pagamento de vantagens financeiras para que estes continuassem comercializando roupas falsificadas.
Maurício Demétrio deflagrou operações policiais para desmoralizar delegados que o investigavam na Corregedoria da Polícia Civil
O MPRJ comprovou, também, que os réus, utilizando as estruturas da Polícia Civil, praticaram diversos atos de obstrução às investigações em curso contra esta organização criminosa, incluindo a destruição de aparelhos celulares apreendidos pelo Estado, que continham provas contra o grupo, e a deflagração de duas fases da Operação intitulada "Raposa no Galinheiro", a primeira forjada para prender o delegado de polícia Marcelo Machado, que investigava Maurício Demétrio na Corregedoria da Polícia Civil, e para denegrir a imagem de outros delegados que também participavam desta investigação, e a segunda para conduzir para a DRCPIM pessoas que testemunharam contra os réus, visando sua intimidação, tendo Mauricio se aproveitado destas ações para obter espaço nos veículos de comunicação de forma a caluniar, coagir e desacreditar quem se colocava como empecilho para a atuação da organização.
A partir de suas atividades criminosas, os réus, em especial Maurício Demétrio, apresentavam um padrão de vida absolutamente incompatível com seus rendimentos declarados, incluindo no caso do delegado de polícia a propriedade de três veículos de luxo blindados, a locação de mansões na Costa Verde mediante pagamentos em dinheiro, a compra de dezenas de relógios e a guarda de grandes quantias em espécie em seu apartamento, localizado em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, tendo sido apreendida na busca e apreensão realizada na fase I da Operação Carta de Corso a quantia aproximada de R$ 250.000,00, encontrada em uma mala de Maurício Demétrio.
FOTO/reprodução - Operação Carta de Corso
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