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Menina de 5 anos e adolescente de 17 anos são mortos durante operações da PM no Rio
Comandante do 17º BPM (Ilha do Governador) foi afastado
As mortes da menina Eloah Passos, de 5 anos, e do adolescente Wendel Eduardo Almeida, de 17 anos, na manhã deste sábado, 12, na comunidade do Dendê, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, provocaram revolta e tristeza entre os moradores. Segundo a associação de moradores, os episódios foram relacionados com operação de policiais militares na comunidade. No final da tarde, a Polícia Militar (PM) informou que o comandante do 17° BPM (Ilha do Governador) foi afastado da unidade.
FOTO/CAPA/reprodução - 17º BPM (Ilha do Governador) - DETALHES/FOTO - Eloah Passos, de 5 anos, e Wendel Eduardo Almeida, de 17.
Dados do Instituto Fogo Cruzado, divulgados no início de agosto, apontaram, que a maioria das ocorrências com mortes em supostos confrontos e balas perdidas este ano foi observada em ações policiais nas regiões mais pobres da cidade. Enquanto as Zonas Norte e Oeste registraram 118 tiroteios, com 32 mortos e 39 feridos em 2023, a Zona Sul registrou somente um tiroteio, sem vítimas.
Segundo o presidente da Associação dos Moradores do Dendê, Roberto Santos, o primeiro episódio foi a morte do adolescente, que completaria 18 anos na próxima segunda-feira, 14, e que segundo agentes da PM não teria obedecido à abordagem. “Os moradores desceram para a entrada da comunidade para fazer protesto por causa da morte do rapaz. Logo em seguida, passaram várias viaturas e um dos policiais deu um tiro para o alto que acabou atravessando a janela e atingido a menina de 5 anos dentro de casa”, relatou Roberto Santos.
FOTO/reprodução - Eloah Passos brincava na cama quando a bala perdida atravessou vidro da janela do quarto.
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que o episódio com o adolescente ocorreu depois de uma abordagem de “dois homens na Ilha do Governador, onde o ocupante de carona portava uma pistola na cintura”. A nota alega que, de acordo com os policiais, o rapaz teria disparado contra os militares.
Em relação à morte da menina, a nota da PM argumenta que os militares foram atacados a tiros disparados do interior da comunidade. “Manifestantes que fechavam as vias nas proximidades jogaram pedras contra viaturas e equipes policiais, além de atearem fogo em um ônibus, na Rua Paranapuã”.
Sobre os episódios, a PM explicou que “procedimentos foram instaurados para averiguar a conjuntura das ações e a corregedoria da corporação acompanha os trâmites”. A corporação acrescenta que as imagens das câmeras corporais dos policiais serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações.
A Polícia Civil também divulgou que já iniciou a investigação das mortes da menina e do adolescente. “Os agentes estão em diligências em busca de testemunhas e outras informações para esclarecer as dinâmicas dos fatos”, divulgou em nota.
A ONG Rio de Paz repudiou mais esses episódios de violência da Polícia Militar. Segundo o fundador da ONG, Antônio Carlos Costa, há uma obsessão por parte da Polícia Militar pela morte de bandidos em detrimento da segurança da população. “Em qual cidade de Nação livre e desenvolvida, crianças são sistematicamente mortas por balas perdidas em confrontos entre policiais e bandidos?”, indagou.
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