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ACCIONA X ANTT – existem motivos não revelados no pedido de devolução amigável da concessão da BR-393?
Há 20 dias, quando surgiram os primeiros rumores sobre redução no quadro de funcionários da Acciona, que explora a concessão dos 200,5 quilômetros da Rodovia Lúcio Meira (BR-393), fizemos contato telefônico com o consultor Helton Fraga, lotado na base da empresa em Vassouras, no Centro-Sul fluminense, para saber se existia alguma verdade nas informações que circulavam extraoficialmente na região indicando o encerramento das atividades da Acciona na BR-393.
Helton Fraga disse que faria contato com a diretoria da empresa e que passaria as informações ao Papagoiaba via e-mail.
Com o vazamento do documento protocolado pela Acciona na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para O GLOBO, foi revelado na quinta-feira, 12, que a Acciona fez um pedido de devolução amigável da concessão.
Como concessionária da Rodovia Lúcio Meira desde março de 2008, a empresa assumiu o compromisso de duplicar a pista entre os bairros Belvedere da Taquara (Barra do Piraí) e Santo Agostinho (Volta Redonda) em 7 anos de operação.
No dia 11 de maio de 2014, o jornalista Jeff Castro publicou em seu antigo blog pessoal, que a Acciona tinha proposto a ANTT trocar a duplicação da pista entre Barra do Piraí e Volta Redonda por uma estrada ligando a BR-393 à Rodovia Presidente Dutra partindo do quilômetro 275 no distrito de Dorândia (Barra do Piraí), próximo ao Posto de Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A intenção da empresa não era fugir dos gastos com a obra de duplicação da pista e sim das questões sociais e ambientais, que seriam provocadas com as inúmeras desapropriações ao longo do trecho da rodovia entre Barra do Piraí e Volta Redonda.
Para reforçar o pedido na ANTT, a Acciona, alegou, que a Rodovia do Contorno, que tinha sido iniciada em 1994 para retirar o trânsito pesado da zona urbana de Volta Redonda, havia perdido completamente a funcionalidade, já que após 20 anos sem a sua conclusão a zona urbana da Cidade do Aço já tinha se expandido muito além do acesso entre a estrada e a BR-393.
Leiam a publicação de Jeff Castro em 11 de maio de 2014
ANEXAÇÃO DA CALIFÓRNIA
Em 28 de dezembro de 2014, no mesmo blog o jornalista escreveu que a ligação entre as rodovias Lúcio Meira e Presidente Dutra partindo do distrito de Dorândia poderia estar presente na ação eleitoreira articulada pelo deputado estadual Edson Albertassi (MDB) com apoio do então prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto (MDB), que queriam anexar o distrito da Califórnia da Barra ao município de Volta Redonda.
Leiam a publicação de Jeff Castro em 28 de dezembro de 2014
NOVO CONTATO COM A ACCIONA
Na manhã de ontem – sexta-feira, 13, o Papagoiaba voltou a fazer contato com o consultor Helton Fraga, que pediu as perguntas formuladas via e-mail.
Enviamos as perguntas e até o momento nenhuma resposta.
Estranhamos, que este pedido de devolução amigável da concessão da BR-393 tenha sido feito apenas 4 meses após a participação da empresa na conclusão da obra da Rodovia do Contorno, que, considerada obsoleta pela própria Acciona em 2014, foi bastante comemorada pelos políticos das três esferas de governo na festa de inauguração em 8 de dezembro de 2017.
Em 2016 a Acciona divulgou lucro de R$ 600 milhões com a concessão e vem sendo cobrada pelo Ministério Público Federal sobre o não cumprimento das exigências contratuais.
A pergunta que fica no ar é se no pedido de devolução amigável existem motivos não revelados?
Pressão?
FOTO/CAPA/Google Map - Apenas uma pequena parte dos problemas sociais que seriam provocados com as desapropriações previstas na duplicação da pista da BR-393 entre Barra do Piraí e Volta Redonda.
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