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Presidente Federação Internacional de Voleibol e ex-prefeito de Saquarema são alvos de operação do Ministério Público Estadual
O presidente Federação Internacional de Voleibol (FIVB), Ary Graça Filho, e o ex-prefeito de Saquarema, Antonio Peres Alves, denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) por participação em esquema de fraude tributária, foram alvos de operação policial realizada nesta quinta-feira, 20, para cumprir 14 mandados de busca e apreensão em endereços no Rio de Janeiro, Capital, e em Saquarema, na Região dos Lagos.
Expedidos pelo Juízo da 1ª Vara de Saquarema, os 14 mandados de busca e apreensão aprofundam as investigações contra 10 denunciados pelo MPRJ por organização criminosa voltada para a prática de fraudes tributárias, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em Saquarema.
A denúncia do MPRJ relata que, durante o mandato do ex-prefeito Antonio Peres Alves (2000/2008), foram editadas as Leis Complementares nº 16/2004, 17/2005 e 20/2007, que concediam benefícios fiscais abaixo do piso constitucionalmente previsto, o que fomentou a criação de várias empresas “fantasmas” em Saquarema. A manobra promoveu um aumento exponencial e irregular da arrecadação no Município e uma grande evasão fiscal em outras cidades, pois as empresas que participaram do esquema de declarar falsamente o local de suas sedes, deixaram de recolher tributos nos municípios onde efetivamente eles eram devidos.
Antonio nomeou como técnico em Planejamento e Tributação do município o denunciado Sergio Ricardo Lopes de Moraes, seu sócio na empresa Saquarema Business Center, que participou ativamente da edição das leis e administrava as frentes de obtenção de vantagens econômicas pelo grupo criminoso.
O esquema de fraude tributária era orquestrado pela Saquarema Business Center, que também tinha como sócia a denunciada Livia Machado Cabral, e JOMI, cujo sócio majoritário é o denunciado João Miguel Lima Estephanio. As duas empresas sublocavam seus endereços para aqueles que quisessem obter os benefícios fiscais e, enquanto Antonio Peres angariava vantagens políticas ao aumentar de forma irregular a arrecadação municipal, o grupo obtinha vantagem econômica através do pagamento pelos contratos falsos de sublocação.
Núcleo esportivo-empresarial
Ainda de acordo com a denúncia, o ex-presidente da CBV, Ary Graça Filho, manejava os recursos de patrocínio do Banco do Brasil à entidade por ele administrada em favor de si próprio e do grupo criminoso, celebrando contratos com empresas recém-criadas, sem estrutura de pessoal e estabelecidas em sedes fictícias. Desta forma, apesar de possuir sede na capital, a CBV celebrou contratos que não foram devidamente executados com empresas estabelecidas em Saquarema por meio do esquema ilegal de fraudes tributárias, de propriedade dos denunciados Fábio André Dias Azevedo e Marcos Antonio Pina Barbosa, então superintendentes da CBV e subordinados a Ary.
As empresas SMP Logística e Serviços e SMP Sports Marketing e Promotion tinham em seu quadro societário Marcos e sua esposa, a denunciada Sonia Maria de Noronha Pina, enquanto as empresas S4G Gestão de Negócios e S4G Planejamento e Marketing tinham como sócios Fábio e sua esposa, a denunciada Flávia Morato de Avellar Azevedo.
Irmão do ex-prefeito, o denunciado Antonio Cesar Alves é sócio da empresa de contabilidade Transit assessoria Contábil, que prestava serviços à Saquarema Business, à SMP Logística e Serviços, à SMP Sports Marketing e Promotion, e à CBV, e tinha como principal função a lavagem de dinheiro ilícito obtido com as fraudes.
Processos:
n.º 0002453-22.2019.8.19.0058
n.º 0002454-07.2019.8.19.0058
n.º 0002455-89.2019.8.19.0058
FOTO/reprodução - presidente Federação Internacional de Voleibol, Ary Graça Filho.
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