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Ciclista: dia nacional alerta sobre desafios para trânsito mais seguro
Ciclismo é visto como um dos melhores modais de transporte
Transformar a dor em uma ação positiva, ainda que em meio a processos muito difíceis, é uma experiência vivida pelo casal Persio e Beth Davison. Da trágica morte de seu filho, Pedro Davison Jr, atropelado por um motorista alcoolizado na chamada faixa presidencial do Eixão-Sul, em Brasília, ele viu surgir, em todo o país, um movimento de conscientização e de mudanças de atitudes que culminaram na criação do Dia Nacional do Ciclista, em 19 de agosto.
Foi no dia 19 de agosto de 2006 que, após participar de um churrasco em comemoração ao aniversário da filha Lulu, de 8 anos, que Pedro, aos 25 anos e com um curso de biologia recém-concluído, optou por fazer algo que estava muito acostumado: “dar um pedal”.
Após o impacto com um veículo a mais de 110 quilômetros por hora (km/h), o jovem Pedro foi arremessado a uma distância de 84 metros e morreu.
O motorista Leonardo Luiz da Costa foi encontrado cerca de meia hora depois, tentando escapar de uma blitz no Setor de Indústria e Abastecimento. Ele estava alcoolizado. Sua placa já havia sido informada por um motociclista que testemunhou o crime.
A história do biólogo é contada em um curta-metragem chamado Lulu Vai de Bike, que será exibido hoje, às 19h, Espaço Infinu, na 506 Sul. Para acessar a programação, clique aqui - https://www.facebook.com/rodasdapaz/
Forma de diálogo
O ciclismo, para Persio Davison, era mais que um modal de transporte. Era uma forma de manifestar todo o amor que sentia pela natureza e pela vida. Prova disso foi a viagem que fez a Trancoso, na Bahia. Foram 11 dias pedalando e fazendo novas amizades.
Em outra viagem, acompanhado de dois colegas, passou 45 dias pedalando pelo Tocantins e, no retorno a Brasília, margeou o Planalto Central na direção do Pantanal. “A vocação dele, como biólogo e ambientalista, estava presente também no ciclismo”, afirma Persio.
Pandemia
FOTO/divulgação/Agência Brasil
A chegada da pandemia favoreceu e ampliou o uso desse modal, o que pode ser percebido pelo aumento de venda de bicicletas, peças, acessórios e serviços como mecânica.
Os motivos do maior uso da bicicleta como meio de transporte têm tanto fatores econômicos, por ser mais barato, como sanitários, já que é muito mais seguro que transporte público ou por aplicativo em relação à transmissão do novo coronavírus.
O crescimento do uso da bicicleta trouxe outro tipo de aumento – o número de sinistros graves, informa a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet).
De acordo com a instituição, houve um “aumento relevante de 30%” no registro de sinistros que exigiram atendimento médico a ciclistas traumatizados nos primeiros cinco meses de 2021.
“Os dados demonstram a importância de termos atenção e iniciativas focadas nesse público. O uso da bicicleta cresceu no Brasil e exige uma abordagem de prevenção ao sinistro”, diz o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior.
Segundo a associação, em janeiro de 2019 foram registrados 1,1 mil sinistros graves com ciclistas, número que subiu para 1.451 em janeiro de 2021, “o mais alto nível no período estudado”.
Os dados avaliados pela associação mostram a evolução dos sinistros graves com ciclistas em todo o Brasil. “Chama a atenção a escalada no registro no estado de Goiás: em 2021, houve um aumento de 240% em relação a 2020, com 406 casos a mais”, diz o levantamento.
FOTO/CAPA/ Persio e Beth Davison, junto à bicicleta que lembra o filho Pedro, no local do acidente - Foto Marcello Júnior/Agência Brasil
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