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Dom Pedro II, o último imperador do Brasil
Neste dia 5 de dezembro de 2021, completa-se 130 anos da morte de Dom Pedro II, o último imperador Brasil. Dom Pedro II esteve à frente do império por 49 anos, entre 1840 e 1889. Ele ficou conhecido como grande incentivador das artes, da educação e da ciência. Ofereceu, inclusive, bolsas para brasileiros estudarem no exterior.
A história do último imperador do Brasil começa quando Dom Pedro I, seu pai, volta à Europa quando o seu filho e herdeiro do trono brasileiro tinha apenas cinco anos de idade, podendo Dom Pedro II assumir o trono somente em 1843, quando ele atingisse a maioridade. No entanto, tendo em vista que o Brasil passava por um período ruim na Regência, foi dado o ‘golpe da maioridade’, fato que possibilitou que Dom Pedro II ascendesse ao título de imperador em 1840, com apenas 14 anos de idade.
O seu reinado foi marcado pela Guerra do Paraguai e por uma crise política, mais ao final do período monárquico. No dia 15 de novembro de 1889 a República foi proclamada por José do Patrocínio, com o apoio do marechal Deodoro da Fonseca. Dessa forma, a família real recebeu o pedido para sair do Brasil. Dom Pedro II e sua família partiram do país em 17 de dezembro de 1889. Ele nunca mais pisou no Brasil e faleceu em decorrência de uma pneumonia enquanto morava na França, em 1891.
Antiescravagista e defensor a Liberdade de Imprensa
No período de quase 50 anos como Imperador do Brasil, Dom Pedro II valorizou a ciência, a arte e a língua portuguesa, ignorando, completamente, as pompas do Império. Sem nunca se queixar das críticas na imprensa, que eram bastante severas, Dom Pedro II morreu exilado, em 1891, cheio de dívidas porque nunca aceitou aumento nas dotações do Imperador, uma espécie de salário.
Pagou estudos no exterior para vários brasileiros com suas próprias reservas e dedicava parte de seus ganhos para pagar alforrias de escravos. Certa vez o Imperador enviou uma carta a Câmara Municipal do Rio de Janeiro com os seguintes dizeres: “Sua Majestade, faz questão de saber quem pagou a carruagem que levou a Família Imperial, da estação a Cidade. Se foi pago pela Câmara, então Sua Majestade faz questão de devolver o dinheiro”.
Influenciada pela ideologia antiescravagista do pai, em 13 de maio de 1888, sua filha, Princesa Isabel, assinou a Lei Áurea. Enfrentando os escravocratas, Princesa Isabel derrubou o Gabinete de Ministros do Barão de Cotegipe, nomeando o abolicionista João Alfredo Corrêa de Oliveira, que liderou a aprovação da Lei Áurea no Parlamento.
Sem qualquer coincidência, pouco mais de um ano depois o Império foi derrubado com a Proclamação da República, que foi articulada pelos escravagistas, entre eles os produtores de café no Vale do Rio Paraíba do Sul.
"Quantos tronos houvesse a cair, eu não deixaria de assiná-la” - disse a Princesa Isabel sobre a Lei Áurea.
"Em cartas enviadas por Dom Pedro II à princesa Isabel, compiladas no livro Conselhos à Regente, de 1958, o imperador afirma que “A nossa principal necessidade política é a liberdade de eleição; sem esta e a de imprensa não há sistema constitucional na realidade, e o ministério que transgride ou consente na transgressão deste princípio é o maior inimigo do Estado e da Monarquia”.
Em outro trecho da mesma carta, Dom Pedro II ressalta a importância de um governante se manter atualizado por meio da leitura do que é publicado na imprensa. “Leio constantemente todos os periódicos da corte e das províncias e os que, pelos extratos que deles se fazem, me parecem interessantes. A tribuna e a imprensa são os melhores informantes do monarca”.
FOTO/CAPA/reprodução
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