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Manifestantes pedem fim de abate de jumentos para atender demanda de substância importada pela China
Manifestações em 14 capitais brasileiras pediram, neste domingo, 30, o fim do abate de jumentos para atender demanda comercial da substância ‘ejiao’, que é importada do Brasil pela China como composto para medicamentos.
FOTO/reprodução - Manifestantes pedem fim de abate de jumentos para atender demanda de substância importada pela China
Extraído do colágeno da pele do animal, o ‘ejiao’, que é uma espécie de gelatina fabricada com o couro do jumento para ser utilizada na medicina tradicional chinesa, é produzido com autorização federal para exportação através do SIF (Serviço de Inspeção Federal) em três abatedouros no estado da Bahia.
Entre fevereiro de 2021 e junho de 2022, 78.964 jumentos foram abatidos nos abatedouros sob o Serviço de Inspeção Federal na Bahia.
Os manifestantes querem o fim da permissão concedida pelo governo federal e do governo do estado da Bahia para o abate desses animais, que correm o risco de extinção devido à crescente demanda comercial chinesa.
Em junho deste ano, participantes de audiência pública defenderam a proibição do abate de jumentos no Brasil, a fim de se evitar a extinção da espécie e a perda de parte da cultura nacional.
De acordo com o IBGE, houve uma queda populacional de 38% entre esses animais entre 2011 e 2017.
Jumento, asno e jegue são nomes regionais diferentes dados para exatamente o mesmo animal: o Equus asinus, uma espécie de “parente” do cavalo, famoso por sua grande resistência física.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Autor do pedido de realização da audiência pública, o 2º vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Célio Studart (PSD-CE), afirmou que a extração da pele dos jumentos para a produção de ‘eijao’ não faz mais sentido, além de desrespeitar normas sanitárias.
De acordo com os especialistas ouvidos na reunião, os maus-tratos que os animais sofrem principalmente no transporte entre os estados brasileiros podem provocar uma série de doenças para as quais ainda não há vacinas.
Entre elas estão o mormo, uma enfermidade grave e contagiosa causada por bactéria e que atinge os equídeos, como cavalos, mulas, burros e jumentos.
Outra moléstia comum a esses animais é a anemia infecciosa equina, provocada por um vírus, que não tem cura e é de fácil contaminação.
No Nordeste, os jumentos são tratados como animais domésticos. Eles ajudam a gerar renda para as famílias, como no transporte de cargas como capim e palma, e também na própria sobrevivência das pessoas, levando água.
FOTO/reprodução - Animais sofrem maus-tratos antes do abate.
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