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Cais do Valongo é tombado patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro
Local foi o principal porto de entrada de escravos no Brasil na primeira metade do século XIX
O governador Luiz Fernando Pezão assinou, nesta segunda-feira, 5, o tombamento do Cais do Valongo, patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro, durante a abertura da exposição "Cartografia da Africanidade Fluminense", na Casa França-Brasil.
O Sítio Arqueológico Cais do Valongo, na Região Portuária do Rio, se tornou patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro em outubro de 2017, após lei sancionada pelo governador e publicada no Diário Oficial do Estado. Pezão acredita que o tombamento pode facilitar a captação de recursos para a manutenção do patrimônio. “É uma conquista extraordinária para o nosso estado, nosso país. Vemos patrimônios se perdendo e eu fico muito feliz em poder valorizar um espaço nobre, uma área espetacular. O Cais do Valongo já tem o tombamento mundial pela Unesco, nada mais natural que a gente fizesse também aqui afirmou o governador.
O Cais foi o principal porto de entrada de escravos no Brasil na primeira metade do século XIX. Estima-se que desembarcaram ali mais de 500 mil africanos. Em 1843, o lugar foi remodelado para receber a noiva do imperador, Teresa Cristina de Bourbon, e passou a se chamar Cais da Imperatriz. Com as reformas urbanísticas da cidade do início do século passado, a área foi aterrada, sendo descoberta durante as escavações das obras de revitalização da Região Portuária. Em junho, o local foi declarado pela Unesco patrimônio histórico da Humanidade.
Para o presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, Marcus Monteiro, o tombamento é um legado para a população do estado. “Podemos dizer que o Rio de Janeiro está fazendo história não só com a exposição ‘Cartografia da Africanidade Fluminense’, mas também pelo primeiro patrimônio imaterial do estado ser o Cais do Valongo” - ressaltou.
Na mostra, o público poderá conferir um lote de 500 raridades, feitas entre os séculos XVI e XIX. Entre elas, estão as litogravuras de Victor Frond, Debret, cerâmicas e gravuras de Rugendas, alguns dos destaques da exposição.
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