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Família aguarda canonização de advogado de Barra do Piraí morto há 40 anos
O processo de canonização de Franz de Castro Holzwarth, reconhecido como Servo de Deus pela Igreja Católica, foi aberto em março de 2009 pela Diocese de São José dos Campos.
Os barrenses católicos aguardam a canonização de Franz de Castro Holzwarth, falecido em 14 de fevereiro de 1981, enquanto mediava uma rebelião de presos na cadeia pública de Jacareí, no interior de São Paulo.
O processo está na Congregação para a Causa dos Santos, na Santa Sé, em Roma, onde será decidida canonização do filho ilustre de Barra do Piraí.
Em Volta Redonda a Cadeia Pública localizada na Rodovia dos Metalúrgicos, bairro Roma I, ganhou o nome de Franz de Castro Holzwarth. - FOTO/reprodução
Filho de Franz Holzwarth e Dinorah de Castro Holzwarth, irmão de Heloísa de Castro Holzwarth da Rocha, Sonia de Castro Holzwarth, Peter Paulo de Castro Holzwarth e Ruth de Castro Holzwarth, o advogado Franz de Castro Holzwarth, nascido em Barra do Piraí, no dia 18 de maio de 1942, ingressou aos 21 anos na Faculdade de Direito do Vale do Paraíba, em São José dos Campos, onde concluiu o curso sendo inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 1968.
Católico, o advogado Franz de Castro Holzwarth nunca abandonou sua vocação sacerdotal dedicando-se ativamente aos programas e projetos da Igreja Católica, com participação na criação da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), que hoje atua junto a Pastoral Carcerária.
O advogado Mario Ottoboni publicou, em 1983, o livro ‘O mártir do cárcere’, pelas Edições Paulinas. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) instituiu em 1984 o prêmio Franz de Castro Holzwarth de Direitos Humanos, que já agraciou personalidades como Ulisses Guimarães (1987) e Herbert de Souza, o Betinho (1992).
REBELIÃO E EXECUÇÃO
Na tarde de 14 de fevereiro de 1981 o então delegado de São José dos Campos, João Chrysóstomo de Oliveira, solicitou apoio da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) na mediação com os detentos rebelados na cadeia pública da cidade vizinha de Jacareí, para onde seguiram o presidente e vice-presidente da associação, respectivamente, os advogados Mario Ottoboni e Franz de Castro Holzwarth.
Com as negociações em condução pelo juiz corregedor Orlando Pistorezzi, os advogados se apresentaram como voluntários para seguir em dois carros juntos aos rebelados e três reféns – carcereiro Adolfo, escrivão José Benedito Aparecido e um policial militar que teve sua arma roubada pelos detentos – até um local seguro onde todos seriam libertados e os detentos poderiam empreender fuga.
O primeiro carro, um Galaxie preto da prefeitura de São José dos Campos, partiu sendo dirigido por Ottoboni. O advogado foi libertado quilômetros depois na Rodovia Presidente Dutra quando os sete detentos se dividiram após roubar outro veículo. O refém José Benedito Aparecido seguiu com parte do bando sendo libertado mais tarde na localidade conhecida como Rio Comprido.
A Belina com dezenas de perfurações à bala; Franz no veículo acompanhado pelos detentos em fuga e os corpos dos detentos expostos na calçada em frente a cadeia pública de Jacareí – FOTOS/reproduções
O segundo carro, uma Belina, placa XI 7752, foi entregue aos rebelados por volta das 16 horas daquela tarde de sábado. Quando Franz Holzwarth, o refém policial militar e mais cinco detentos seguiram em direção ao veículo, cumprindo a segunda parte do acordo, segundo matérias em jornais que fizeram a cobertura da rebelião, os policiais militares exigiram a libertação do refém provocando o clima tenso, que culminou na troca de tiros vitimando Franz Holzwarth, o capitão PM Antônio de Oliveira e os cinco detentos em fuga. Mais treze pessoas foram atingidas por balas perdidas, dentre elas oito populares que assistiam ao desfecho do caso.
O advogado Franz de Castro Holzwarth foi sepultado no cemitério Santa Rosa, em Barra do Piraí, sob forte comoção popular.
FONTE – antigo Blog do Jeff Castro
FOTO/CAPA/arquivo/Jeff Castro - Peter Holzwarth conta com orgulho a história do irmão (detalhe) que pode virar santo da Igreja Católica.
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